“Alegria Alegria”, me pareceu adequado começar o post com o primeiro grito dos censurados na Ditadura Militar.
Esse período de forte repressão aos cidadãos e à arte brasileira não foi o bastante para escurecer as estrelas que, mesmo encurraladas pelos órgãos de censura, criaram canções que se popularizaram e obtiveram grande respeito na Música Popular Brasileira. Não só contribuíram em quantidade de músicas grandiosas, mas também elevaram o nível de letras e a dimensão social do que a música era e é.
Os tropicalistas (movimento do qual os cantores que falavam sobre a ditadura em suas músicas participavam) trazem as suas composições temáticas altamente ligadas com a problemática brasileira, diferente de outro movimento igualmente importante que acontecia na época, o Bossa Nova. Porém. Enquanto o Bossa Nova musicalizava as “crônicas” do cotidiano dos cidadãos, o Tropicalismo tentava mudá-lo
A primeira música desse movimento foi, como já citado, “Alegria Alegria”(1967), a música é um de tom satírico, como que uma apresentação de fatos de forma desordenada que acontecem na vida de um jovem desse período, intercaladas com palavras ou expressões que remetem o atraso social promovido por muitos aspectos da ditadura, como em frases como: "O sol se reparte em crimes, espaçonaves, guerrilhas", que compara o dia com uma repartição entre crimes, supostos avanços tecnológicos absurdos que eram promovidos por uma mídia controlada e guerrilhas, pequenas revoltas civis. Outro verso que vale a pena ressaltar é: "Quem lê tanta notícia" de uma forma despojada e questionadora, como que perguntando para o governo porque ele ordenava tantas notícias ufanistas se o povo nem sequer leria. É uma música cheia de críticas dentro de sua composição, e que levou a uma série de outras músicas com o mesmo estilo. Caetano, grande cantor de diversos movimentos na MPB, não parou por aí, e foi, na minha opinião, ainda mais fundo na crítica. Criou, além da música vanguardista, a canção que deu nome ao movimento. "Tropicália" não só critica em suas entrelinhas a ditadura, como dessa vez o eu-lírico é ora uma espécie de “ditador” da época, que cita também as coisas que vê em seu dia-a-dia, ora uma figura que analisa o próprio ditador. A música, em meio a um instrumental propositalmente intercalado entre um clima sombrio onde ele aponta várias falhas do regime corrente, e um onde ele celebra tentando demonstrar ao povo que, mesmo sofrendo, ainda comemora, ainda dança samba, curte bossa. Dessa vez o compositor critica as desigualdades da própria Brasília, uma cidade modelo rodeada de cidades miseráveis e esfomeadas. Também cita claramente o Palácio do Planalto, cheio de “urubus” passeando entre os girassóis (cidadãos brasileiros).
Junto com Gilberto Gil, Caetano foi preso, teve sua cabeça raspada e sofreu exílio na Inglaterra durante o período.
Os tropicalistas (movimento do qual os cantores que falavam sobre a ditadura em suas músicas participavam) trazem as suas composições temáticas altamente ligadas com a problemática brasileira, diferente de outro movimento igualmente importante que acontecia na época, o Bossa Nova. Porém. Enquanto o Bossa Nova musicalizava as “crônicas” do cotidiano dos cidadãos, o Tropicalismo tentava mudá-lo

Junto com Gilberto Gil, Caetano foi preso, teve sua cabeça raspada e sofreu exílio na Inglaterra durante o período.
Adorei, mas acho que deveria ter conteudo mais contemporaneo, afinal, cade musica de verdade como Justin Bieber, Selena Gomez rsrs?
ResponderExcluiradorei o post, sou uma grande fã de tropicália
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